Governo inicia demissões de indicados políticos após derrota da MP do IOF
O governo federal começou nesta sexta-feira, 10, a demitir indicados políticos de deputados que votaram contra a MP do IOF, em uma primeira ação de retaliação aos integrantes da base governista que não seguiram a orientação do Palácio do Planalto.
Cinco superintendentes regionais de ministérios ligados ao MDB e ao PSD foram exonerados. Entre os cargos afetados estão os superintendentes do Ministério da Agricultura no Pará, Paraná, Minas Gerais e Maranhão e da superintendência do Dnit em Roraima. Segundo um integrante do Planalto, aliados foram alertados de que a votação era decisiva, e quem se posicionasse contra a MP teria que deixar o governo.
A medida provocou insatisfação, especialmente no PSD. Deputados da sigla classificaram as exonerações como pouco inteligentes, já que o partido foi o segundo com maior apoio à MP, atrás apenas do PT. No PSD, 20 parlamentares votaram a favor da medida e 18 contra; no MDB, 16 votos governistas e 14 contrários.
Além dos ministérios, as demissões também atingiram estatais como a Caixa Econômica Federal e os Correios, em cargos de assessoria e administração regional, cujas saídas não são publicadas no Diário Oficial. Entre os afetados está Rodrigo de Lemos Lopes, destituído da vice-presidência de sustentabilidade e cidadania digital da Caixa, e José Trabulo Junior, consultor do presidente do banco e aliado do PP.
A derrota da MP, por 251 votos a 193, obriga o governo a buscar outras fontes de receita ou reduzir gastos, já que a medida era projetada para gerar R$ 20 bilhões no orçamento de 2026. A ação de exonerar indicados infiéis faz parte de uma estratégia do Palácio do Planalto para reforçar o apoio do centrão e fortalecer aliados na corrida presidencial de 2026.
Outros nomes ligados ao União Brasil e ao PP também devem ser afetados, enquanto essas siglas trabalham para consolidar candidaturas adversárias ao presidente Lula (PT). Apesar das punições, partidos mantêm controle de estatais estratégicas, como Caixa, Codevasf, Telebras e diretorias dos Correios, além de cargos regionais nos ministérios.
A movimentação evidencia o momento de tensão na base de apoio do governo, marcada por rachaduras e pelo desafio de consolidar lealdades políticas em ano pré-eleitoral.
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