Furacão Milton chega à Flórida; entenda o fenômeno e suas consequências
O furacão Milton atingiu a costa leste dos Estados Unidos na noite da última quarta-feira, 9. Classificado como “potencialmente mortal” pelo Centro Nacional de Furacões do país (NHC, em inglês), o furacão alcançou a Siesta Key aproximadamente às 21h40 (no horário de Brasília), com ventos de até 205 km/h.
A classificação do perigo da tempestade atualmente é de nível três, em uma escala que vai até cinco. Apesar de já ter registrado periculosidade máxima, o estágio atual ainda é preocupante. “Está previsto que o Milton continue sendo um grande furacão extremamente perigoso quando atingir a costa centro-oeste da Flórida esta noite”, afirmou o NHC.
Milhões de pessoas já foram evacuadas de suas casas, em áreas consideradas como de risco. Cidadãos de quinze condados da costa oeste da Flórida receberam ordens para deixar suas casas. A região metropolitana de Tampa Bay e seus mais de três milhões de habitantes estão em alerta máximo para possíveis danos do ciclone.
“É uma questão de vida ou morte”, afirmou o presidente Joe Biden. A administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA, na sigla em inglês) afirma que “a tempestade explodiu em força e intensidade a um ritmo quase recorde, tornando-se um dos furacões mais intensos já registrados na bacia do Atlântico”.
Entenda o fenômeno
O furacão Milton surgiu no Golfo do México na tarde do dia cinco de outubro. Quando surgiu, foi classificado como nível um, com ventos acima dos 119 km/h. Em menos de um dia, passou para o nível cinco, maior escala de perigo das medições, com ventos que chegaram aos 285 km/h. Apenas outros dois furacões mostraram esse nível de intensificação em menos de 24 horas, Wilma, em 2005, e Felix, em 2007.
“O Milton tem potencial para ser um dos furacões mais destrutivos já registrados no centro-oeste da Flórida”, alertou o NHC. Especialistas se mostram surpresos com o local de origem do fenômeno. Normalmente ciclones na região vêm do Caribe ou da região equatorial do Atlântico e não do Golfo do México. Essa origem incomum pode contribuir para prolongar e intensificar os efeitos do furacão.
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Furacão “Milton” atinge categoria 5 e deixa Flórida em alerta máximo
Um dos elementos necessários para formação de um ciclone são as águas do oceano mais quentes do que o normal. Durante o verão, as águas do oeste do Caribe e no sul do Golfo do México registraram 1°C acima da média, chegando aos 29,5°C. A onda de calor incomum desta estação e o padrão de aquecimento vindo das mudanças climáticas contribuíram para esse contexto. Quanto mais quente as águas do oceano, mais calor e umidade as tempestades e ciclones podem absorver.
“É como se eles estivessem jogando mais lenha no fogo”, afirmam representantes do NOAA.
Na Flórida
A Costa Oeste da Flórida tem potencial para maiores danos devido à baixa profundidade. O litoral mais raso nesta porção pode favorecer inundações proporcionadas pela passagem do furacão. Esse efeito pode ser intensificado pela quantidade de lagos, pântanos, nascentes e outros cursos d’água.
As tempestades marítimas têm o poder de levar ondas devastadoras a quilômetros da costa, afetando regiões distantes e inesperadas. Projeções recentes apontam que Milton pode gerar ondas de até 4,5 metros de altura, um fenômeno raro. No entanto, esse número pode variar conforme a intensidade com que o sistema atingir o continente.
Medições atuais apontam que não é só o litoral que vai ser afetado pelo fenômeno. As faixas de nuvens e ventos devem avançar estado adentro. “O Milton deve interagir com uma frente ainda esta noite, o que provavelmente fará com que o campo de vento se expanda no lado noroeste do furacão”, apontou o NHC.
“Isso provavelmente causará ventos muito fortes e tempestuosos, mesmo ao norte de onde Milton atinge a costa”, reforçam. “Ventos prejudiciais, tempestades com risco de vida e chuvas fortes se estenderão muito além do cone previsto.”
Helene
Os potenciais danos podem ser intensificados nas regiões que foram afetadas, algumas semanas atrás, pela passagem do furacão Helene. Mais de 200 pessoas morreram no nordeste dos Estados Unidos devido à passagem de Helene. Na Flórida, edifícios foram destruídos, uma vasta área está alagada e empresas foram fechadas, o que dificulta a resposta para novas crises.
De acordo com as previsões do NOAA, o furacão Nilton se encaminha para a região leste, rumo ao Oceano Atlântico. Até o sábado a tarde, o ciclone já deve ter se afastado consideravelmente da costa.
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