As eleições estaduais de 1965 foram decisivas para os rumos da ditadura
Quando eu estava pesquisando para o mestrado no Arquivo Carlos Lacerda, encontrei uma carta que Otávio Lage escreveu para Carlos Lacerda o convidando para visitar Goiânia e participar da sua campanha durante as eleições estaduais de 1965. Lacerda agradeceu o convite, mas não pode comparecer justificando a sua presença na Guanabara, pois as eleições estavam acirradíssimas e seu candidato Flexa Ribeiro precisava ser eleito o seu sucessor no governo guanabarino.
O eleitor foi às urnas em 3 de outubro de 1965 eleger os próximos governadores. Otávio Lage venceu as eleições em Goiás, mas, na Guanabara, Lacerda não conseguiu fazer o seu sucessor. Flexa Ribeiro perdeu para Negrão de Lima, candidato da oposição e apoiado por Juscelino Kubitschek. Em Minas Gerais, o governador Magalhães Pinto também não conseguiu eleger seu sucessor e viu Israel Pinheiro vencer o pleito. As oposições aos militares no poder se animaram. Até JK voltou do exílio assim que acabaram as eleições.
É claro que a resposta dos militares não demoraria. Apesar das declarações do Presidente Castelo Branco de que a posse dos eleitos estava garantida, a linha dura ameaçava melar o resultado. No Rio de Janeiro quem estava na Vila Militar tentou invadir o Maracanã para destruir as cédulas eleitorais. No final do mês, Castelo decretaria o segundo Ato Institucional acabando com as eleições presidenciais diretas, extinguindo os partidos políticos e ampliando as cassações. Os militares vieram para ficar e 1966 não seria mais o ano da volta dos civis ao poder.
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