Fazendeiros são investigados por série de crimes que secaram canal do Rio Araguaia em Goiás
Ao menos cinco fazendeiros são investigados por uma série de crimes praticados na bacia do Rio Araguaia, em Aruanã, Nova Crixás e São Miguel do Araguaia. Entre os delitos identificados pela Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema) estão: desmatamento, instalação de drenos, destruição de nascentes e até a captação de água do rio.
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Os crimes ambientais, inclusive, estão diretamente ligados ao canal do Rio Araguaia, que secou na região da Viúva, em Nova Crixás. No ponto, que está completamente sem água, corria o leito largo do rio, com a presença de peixes, onde também era possível transitar em barcos e canoas.
“Constatamos que braços importantes do Rio Araguaia já estão secos. O Rio Crixás Mirim parou de correr, o Rio Crixás Sul está com um volume muito baixo de água. Está tendo captação no rio, mas não temos vazão suficiente que aguente tamanha retirada de água. Em um dos pontos identificamos captação de 6 mil litros de água por segundo”, explicou o delegado Luziano Carvalho.
Os desvios dos recursos hídricos, que também ocorriam no Lago de Luiz Alves, em São Miguel do Araguaia, considerado um dos principais acessos ao Rio Araguaia, tinham como função abastecer um projeto de irrigação na região, segundo Luziano.
O delegado afirmou que a seca e a captação de água ilegal provocou uma disputa entre fazendeiros da bacia do Rio Araguaia. O fato tem preocupado as forças de segurança.
“Não temos mais água em abundância. É muito desmatamento, desvios de recursos. Não tem nascente que aguente. O rio está gritando e a gente tem que ouvir se não as consequências virão”, disse.
Área desmatada
Uma área desmatada de cinco quilômetros entre lagos do Rio Araguaia foi constatada pelas equipes da Dema. Em razão da gravidade dos crimes e o prejuízo ambiental, o delegado acionou a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e a Polícia Federal (PF) para acompanhar a investigação.
“Vai haver indiciamento por desmatamento, por impedir ou dificultar regeneração natural, por realizar obras sem o devido licenciamento. As multas podem chegar a R$ 50 milhões”, concluiu.
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