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Unifan é acusada de captar alunos de medicina no exterior e cobrar R$ 140 mil por aproveitamento de matérias

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Cilas Gontijo e Raphael Bezerra

Estudantes de medicina no exterior, captados pela Universidade Alfredo Nasser (Unifan), do Professor Alcides, denunciam ter sido vítimas de um esquema de estelionato. Segundo ação judicial, a faculdade localizada em Aparecida de Goiânia teria prometido a transferência facilitada de alunos vindos do exterior, especialmente do Paraguai, mas não cumpriu o que foi acordado. Os estudantes afirmam que, após serem atraídos pela promessa de aproveitamento de matérias já cursadas, foram submetidos a uma série de cobranças indevidas e a um processo de transferência que não condizia com o prometido.

De acordo com o advogado das vítimas, Bruno Vinícius Queiroz de Moraes, a Unifan se aproveita da vulnerabilidade dos estudantes. Os jovens teriam sido abordados por representantes da faculdade com a garantia da validação das disciplinas cursadas no exterior e o ingresso imediato nos períodos correspondentes. No entanto, ao chegarem ao Brasil, os estudantes, que já estavam no 11º e 12º períodos de medicina, teriam sido surpreendidos pela exigência de cursar novamente o primeiro semestre. Além disso, teriam sido cobrados valores exorbitantes em espécie — em torno de R$ 140 mil — para que pudessem garantir a validação das matérias.

“Eles pagaram R$ 140 mil sob o pretexto de que as matérias cursadas no exterior seriam aproveitadas e que eles ficariam no mesmo período em que estavam nas faculdades estrangeiras. Isso não ocorreu. Ao contrário, foram obrigados a cursar semestres anteriores e a fazer novos pagamentos para garantir o aproveitamento das disciplinas já cursadas”, declarou o advogado.

Sede da Unifan em Aparecida de Goiânia | Foto: Reprodução

A ação judicial movida pelos alunos denuncia o não cumprimento do contrato de transferência, além de falhas na prestação de serviços e cobranças indevidas. A denúncia relata ainda que alunos foram ameaçados após cobrarem a restituição do dinheiro ou se recusarem a realizar novos pagamentos. Segundo o advogado, alguns estudantes chegaram a se mudar de estado por medo de represálias.

Venda de diplomas

O caso envolve ainda a acusação de venda de diplomas pela Unifan, segundo a qual a instituição ofereceria diplomas de medicina por até R$ 550 mil. O processo a que o Jornal Opção teve acesso com exclusividade anexa um boletim de ocorrências sobre venda de diplomas. Uma das representantes desse esquema teria recebido benefícios, como uma caminhonete e um apartamento, em troca da sua participação nas negociações com os alunos.

O deputado federal Professor Alcides é investigado em dois inquéritos policiais por suspeita de envolvimento na venda de vagas de medicina na Unifan. As denúncias foram feitas por um ex-diretor do centro universitário, que afirmou à Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) que Alcides conduzia um esquema de comércio ilegal de vagas no curso de medicina da instituição. Segundo o ex-diretor, no início de cada semestre, as vagas eram vendidas por quantias em dinheiro. As provas dos alunos que compravam essas vagas eram fraudadas, trocadas por outras previamente preenchidas com as respostas corretas.

Alunos pedem restituição dos valores e indenização

Além da venda de vagas, o inquérito também investiga a prática de aproveitamento ilegal de matérias cursadas em faculdades de medicina no exterior, como no Paraguai. Alunos teriam pago até R$ 140 mil para validar disciplinas estrangeiras no Brasil, algo que a legislação brasileira proíbe. Em um dos casos, alunos teriam desembolsado R$ 550 mil para garantir o diploma de medicina na Unifan.

As irregularidades foram levadas à Polícia Civil de Goiás, porém os alunos reclamam que não foram devidamente ouvidos pelas autoridades. A ação judicial busca a restituição dos valores pagos e a indenização por danos morais, além de uma investigação aprofundada sobre as alegações de estelionato e práticas abusivas pela universidade.

A Faculdade Alfredo Nasser (Unifan) foi procurada pela reportagen. O setor jurídico da institução afirmou que, por hora, não se pronunciaria sobre as alegações. O espaço segue aberto para o posicionamento da Unifan.

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