Adeus ao embaixador da Bossa Nova: Sergio Mendes
O dia 6 de setembro de 2024 será lembrado como um momento de profunda tristeza para a música brasileira e internacional. Sergio Mendes, um dos maiores expoentes da bossa nova e embaixador mundial da nossa música, nos deixou aos 83 anos, em Los Angeles, onde viveu grande parte de sua vida. A notícia de sua partida não repercutiram apenas nas terras brasileiras, mas ressoa ao redor do mundo, onde sua música quebrou fronteiras e conquistou corações de várias gerações.
Nascido em Niterói, Rio de Janeiro, Mendes começou sua carreira no berço da bossa nova, no lendário Beco das Garrafas. Foi lá, ao lado de gênios como Tom Jobim e Vinícius de Moraes, que sua genialidade musical começou a florescer. No entanto, foi com sua versão inovadora de “Mas que Nada”, de Jorge Ben Jor, que ele alcançou o estrelato mundial. Essa música, que misturava samba com influências do jazz e do pop, se tornou a marca registrada de Sergio e abriu as portas do mundo para a música brasileira.
Ao longo de mais de seis décadas de carreira, Sergio Mendes se estabeleceu como um dos maiores nomes da música brasileira no exterior, com mais de 30 discos lançados e colaborações históricas com artistas como Stevie Wonder, Black Eyed Peas e até mesmo os Beatles. Seu álbum icônico “Herb Alpert Presents Sergio Mendes & Brasil ’66”, de 1966, deu início ao seu reinado nos Estados Unidos, com 14 músicas no Top 100 da Billboard e inúmeros prêmios, incluindo um Grammy em 1992 e dois Grammys Latinos.
Mendes era um mestre na arte de traduzir o suingue brasileiro para o pop americano. Sua capacidade de adaptar nossa música sem perder sua essência o transformou em um fenômeno global. Ele conseguiu o que poucos artistas brasileiros alcançaram: levou o samba e a bossa nova para as paradas de sucesso americanas, mantendo viva a cultura brasileira no imaginário do público internacional.
Sua vida em Los Angeles foi marcada por muitas colaborações notáveis, entre elas a canção “Real in Rio”, do filme de animação “Rio” (2011), que lhe rendeu uma indicação ao Oscar. Sempre inovador, Sergio se reinventou ao longo dos anos, como provou sua parceria com o Black Eyed Peas, que trouxe “Mas que Nada” de volta às pistas de dança do mundo todo em 2006.
Sergio Mendes era mais do que um músico talentoso; ele era um embaixador cultural que nos ensinou que a música não tem fronteiras, que a linguagem musical é universal. Sua música seguirá encantando, lembrando-nos de que, mesmo em tempos de despedida, o som e o espírito do Brasil continuam vivos, vibrantes e, acima de tudo, eternos.
Descanse em paz, Sergio Mendes. Seu legado é imortal.
Vamos ouvir então a lendária gravação de “Mais que Nada” produzida em 2006. O projeto, Will e Sergio, trouxe o Black Eyed Peas, e, alguns dos maiores artistas de pop urbano das últimas décadas para contribuir com esse trabalho.
Observe essa mistura: samba e bossa nova com a cultura urbana da América, hip hop e rap, cujos resultados são realmente espetaculares.
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