Marina Silva diz que Pantanal mato-grossense vai desaparecer

O Brasil está passando por uma grave crise de seca e incêndios florestais, que afeta milhões de pessoas em diversas regiões. Atualmente, 12,5 milhões de brasileiros estão sem chuva há mais de 100 dias, e a falta de precipitação agrava a situação dos incêndios, que se espalham por 24 estados e o Distrito Federal. Em Brasília, as chamas já destruíram 40% da Floresta Nacional, e duas das cinco nascentes que abastecem boa parte da capital foram atingidas pelo fogo. Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), há indícios de que o incêndio tenha origem criminosa, o que motivou uma investigação da Polícia Federal.

Além da capital, a situação é crítica em várias regiões do país. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), já foram registrados mais de 9 mil focos de incêndio nas últimas 24 horas em todo o Brasil, e as autoridades abriram 33 inquéritos para apurar as causas dos incêndios florestais. 150 pessoas estão envolvidas no combate ao fogo na Floresta Nacional de Brasília, mas o vento tem dificultado os trabalhos. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, reconheceu que a situação é preocupante, afirmando que o esforço atual é para “empatar o jogo”, diante das “condições totalmente desfavoráveis”.

Marina Silva também alertou para a ameaça crescente ao Pantanal, que pode desaparecer até o final deste século devido à “baixa precipitação” e ao “alto processo de evapotranspiração”. Segundo ela, “a cada ano se vai perdendo cobertura vegetal”, prejudicando toda a bacia hidrográfica da região. O desmatamento e as queimadas são fatores que aceleram essa destruição, e a ministra ressaltou que o país poderá perder “a maior planície alagada do planeta” caso não sejam adotadas medidas eficazes para conter o avanço dessa crise ambiental.

A ministra destacou os resultados do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) e no Cerrado (PPCerrado), que aumentaram a contratação de brigadistas e lançou o Plano de Transformação Ecológica. Além disso, ela afirmou que sem a redução do desmatamento pelo governo em 2023 e 2024, a situação ambiental seria ainda pior.

Quanto à Amazônia, Marina observou que há uma mudança no perfil dos incêndios, que agora atingem áreas que antes eram menos vulneráveis, como a vegetação florestal. Hoje, 32% das queimadas ocorrem em áreas florestais, número que anteriormente não ultrapassava 18%. A ministra destacou que a maior parte dos incêndios ocorre em propriedades privadas (85%), enquanto 15% ocorrem em terras indígenas ou unidades de conservação. Ela reforçou que, atualmente, a maioria dos incêndios não é causada por fenômenos naturais, como raios, mas sim pela ação humana.

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