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Folha de S. Paulo adota formato berliner e fica mais parecida com Estadão e Jornal Opção

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Pense num tabloide. Pensou? Pois o formato berliner, que tanto apetece os grandes jornais atuais, é um tabloide um pouco maior.

O Jornal Opção adotou o formato berliner há vários anos, com amplo sucesso. Os leitores aprovaram, desde o início, quando a forma tabloide foi trocada pela atual. Anos depois, seguindo a seara do jornal criado por Herbert de Moraes Ribeiro e continuado por Patrícia Moraes, “O Popular” aderiu ao formato.

Em seguida, o centenário “Estadão” aderiu ao berliner (formato apreciado pelos alemães), assim como “O Povo”, do Ceará, e a “Gazeta do Povo”, do Paraná.

Agora, aos 103 anos, a “Folha de S. Paulo”, o jornal da família Frias, abandona o formato standard e adota o formato berliner. O “novo” jornal começa a circular no domingo, 1º de setembro.

Reportagem da “Folha”, assinada por João Gabriel de Lima e Naief Haddad, conta que o berliner é um sucesso na Europa. Tanto que vários de seus principais jornais — “Le Monde” e “Le Figaro”, na França, “Guardian”, na Inglaterra, “Corriere della Sera” e “La Stampa”, na Itália, “Expresso, em Portugal, e “Die Welt” e Tagesspiegel”, na Alemanha — aderiram ao formato.

Experts contratados pela “Folha”, com auxílio da redação, ficaram sete meses redesenhando o jornal. De acordo com a direção, a adesão ao estilo berliner visa “facilitar a leitura e ampliar a oferta de conteúdo”.

Sucessos editoriais anteriores, que haviam sido descartados, como o “Guia Folha”, voltam ao jornal. Informações sobre “Comida” serão disponibilizadas aos leitores.

Responsável pelo novo projeto gráfico, a designer Thea Severino, do Estúdio Thema, sublinha que “o manuseio do berliner é melhor do que o do atual formato, o standard. Será muito mais prático ler o jornal no metrô, no ônibus, na praia ou no parque”.

O diretor de arte do “Expresso”, o brasileiro Marco Grieco, afirma que, “a partir da reforma gráfica”, o jornal português “foi consolidando, cada vez mais, sua característica de um jornal mais ‘arrevistado’”.

O diretor de arte do “El País”, Diego Areso, disse à “Folha”: “Cada vez mais o design dos jornais se adapta a um leitor acostumado a telas menores. (…) Outra tendência é que cada vez mais os jornais se transformem em revistas diárias, pois há uma demanda crescente por textos mais bem cuidados e aprofundados. Um formato portátil traz mais conforto para esse tipo de leitura”.

Didiana Prata, professora de design gráfico da Faap, adverte: “É preciso cuidado para não fazer edições com informações muito picotadas, como acontece no online”. Às vezes, dada a superficialidade, o jornalismo atual mais confunde do que informa e forma.

O berliner é mesmo mais adequado à leitura. Além de parecido com uma revista, é como se fosse um livro grande. Mas sempre defendo que o formato de um jornal não é tão importante. O que importa mesmo é manter, ampliar e fortalecer a qualidade das reportagens, dos artigos e análises.

O investimento no novo formato, com ampliação do conteúdo, indica que a “Folha” permanece valorizando sua edição impressa. O que sugere que ainda há leitores para a edição em papel. Entretanto, com a rapidez de atualização da edição digital, a edição impressa, se não ampliar o espaço para a análise, envelhecerá rapidamente, ou seja, tão logo publicada.

Jornais analíticos e com reportagens densas não envelhecem. O Jornal Opção tem vários textos — um sobre a história verdadeira do soldado Ryan, o do filme de Steven Spielberg, e outro sobre a brasileira que “patrocinou” o primeiro livro de George Orwell — que, publicados há vários anos, continuam com muito acesso. Matérias de referência, quando bem elaboradas e circunstanciadas, são frequentemente “indexadas” pelo Google e redescobertas por leitores que fazem pesquisas.

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