O marechal Deodoro da Fonseca e as crises da República da Espada
O movimento republicano foi vitorioso no dia 15 de novembro de 1889, quando os militares do Exército se reuniram no Campo de Santana, no Rio de Janeiro, para depor Dom Pedro II do seu trono e dar início à República no Brasil. A Monarquia se foi dando início a um novo tempo em nosso país, mas não demorou para que a esperança republicana se transformasse em uma saudade monárquica. O Marechal Deodoro do Fonseca retratado todo formoso nos quadros e painéis pós 1889 teve sua imagem borrada quando assumiu a Presidência da República. Ele foi o primeiro a assumir o poder, o primeiro a renunciar ao cargo. A República, que chegou luminosa enquanto o Império dava seu último baile na Ilha Fiscal, foi apagando sua luz a cada medida do Marechal. Tinha gente que o chamava de ditador, ou “dictador”, como se escrevia na época.
Deodoro separou estado e religião, implantou os símbolos republicanos, chamou Rui Barbosa para dar um jeito na economia, convocou uma Constituinte para fazer a primeira Constituição republicana da História brasileira. Porém, ele queria mais poderes para consolidar a República. Dom Pedro II já estava em Paris e mesmo assim havia temor dos monarquistas brigarem com os republicanos e voltarem ao poder. Até a Armada resolveu entrar na briga quando viu que tinha muito Exército no governo.
O Executivo em atrito com o Legislativo. Deodoro mandou fechar o Congresso, prendeu opositores, censurou a imprensa. Não é atoa que os primeiros anos do novo regime é chamado de República da Espada. O corte feriu apoiadores do 15 de novembro e saudosos dos tempos imperiais. Quando a Armada se rebelou em 1891, Deodoro optou pela renúncia. Percebe-se que as forças terríveis já rondavam a República brasileira.
O marechal morreu em 23 de agosto de 1892. Ele pediu para ser enterrado com trajes civis, mas recebeu honras militares. Estava aberta a República brasileira com suas brigas, desilusões, arrependimentos. De 1889 até hoje, passamos por grandes transformações, mas mantemos os barracos entre os poderes vizinhos, as tentativas de golpe.
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