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Июль
2025

O perigo maior é subestimar o inimigo

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Cumpri meu dever de servir à pátria durante dez meses no Exército, em uma época adequada à minha formação. Foi um período proveitoso, não apenas pelo aprendizado técnico e cívico, mas principalmente por despertar em mim a consciência da importância de um poder militar sólido — não só para proteger nosso território, mas também como pilar de defesa da Constituição.

Durante esse período, construí amizades duradouras, não só com colegas de farda, mas também com oficiais, inclusive o próprio comandante do batalhão. Esses laços se sustentaram por décadas, alicerçados por valores éticos e morais que compartilhamos.

Desde a infância, aprendi dos meus avós libaneses que a afinidade de pensamento facilita o convívio. Embora o contraditório seja saudável e até desejável, ele pode representar barreiras à construção de laços mais profundos. Por isso, acredito que, quando encontramos pessoas que pensam como nós, boas amizades tornam-se mais prováveis.

É nesse contexto que se insere minha amizade com o General Paulo Chagas. Temos visões convergentes sobre temas essenciais, entre eles a necessidade de Forças Armadas bem preparadas, com clareza de missão e comprometidas com os interesses do país.

Em suas manifestações públicas, o general expressa confiança no preparo e no profissionalismo das tropas brasileiras. Em recente publicação na rede X (antigo Twitter), intitulada “CADA PAÍS, UMA HISTÓRIA; CADA FORÇA ARMADA, UMA RAZÃO.”, ele escreveu:

“As Forças Armadas brasileiras têm histórico de sucesso na defesa da soberania nacional, na guerra, em missões de paz e na garantia da lei e da ordem, conforme previsto na Constituição.

Sua capacidade de dissuasão não reside na quantidade ou sofisticação tecnológica de seus equipamentos, mas sim no profissionalismo, na disciplina e na reconhecida competência de seus quadros e tropas.

São Forças que não se abaixam nem devem nada para ninguém, nem a quem, indevidamente, insiste em vê-las como instrumentos de intervenção política e de imposição ideológica.”

Essa visão é particularmente oportuna, considerando o contexto atual. Há uma série de fatores que exigem atenção e vigilância:

— A guerra na Ucrânia expôs fragilidades do poder militar russo, antes considerado temido. Isso nos leva à reflexão: será que também superestimamos nossas capacidades?

— O jornalista J. R. Guzzo, em artigo recente na revista Oeste (27 de junho de 2025), questionou a competência das Forças Armadas brasileiras — um alerta que, vindo de um formador de opinião respeitado, merece ser ouvido.

— Ideias revisionistas sobre a Amazônia e sua possível internacionalização podem voltar à tona, especialmente diante do retorno de uma agenda expansionista nos Estados Unidos.

— Nossas alianças diplomáticas com regimes como Cuba, Venezuela e entidades como o Hamas levantam dúvidas quanto à sua eficácia em caso de necessidade real de apoio militar ou estratégico.

— O orçamento das Forças Armadas é outro sinal de alerta: cerca de 95% dos recursos são destinados a gastos com pessoal, sobrando apenas 5% para investimentos em modernização e armamento.

— Os equipamentos das FA (em quantidade e qualidade) estão muito aquém das necessidades da soberania nacional e da competência dos seus quadros e da tropa. Uma constatação da maior gravidade.

A máxima atribuída a vários estrategistas — “Se queres a paz, prepara-te para a guerra” — segue atual. É uma bênção vivermos sem conflitos armados, mas isso também nos priva de testes práticos que revelem, na prática, a verdadeira capacidade de defesa do país.

A confiança do General Paulo Chagas nas Forças Armadas é digna de respeito. Ele fala com conhecimento e equilíbrio. Ainda assim, é preciso estar atento: ignorar críticas, sobretudo as que tocam a soberania nacional, pode ser um erro grave.

Como escreveu o estrategista chinês Sun Tzu em A Arte da Guerra:

“Não há perigo maior do que subestimar o inimigo.”

Nota

Este texto foi revisado e teve sugestões da inteligência artificial da OpenAI.

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