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Distrito Federal contesta classificação do Sol Nascente como favela

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O governo do Distrito Federal contestou a classificação do Sol Nascente como favela. A classificação foi feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em dados do Censo divulgados na última sexta-feira, 8. Na ocasião, o IBGE classificou o Sol Nascente como segunda maior favela do Brasil.

De acordo com o GDF, o Sol Nascente não pode mais ser considerado uma favela por não atender os critérios de classificação do IBGE. O governo afirma que houveram melhorias em infraestrutura e serviços básicos promovidas nos últimos anos.

Para o secretário de Obras, Valter Casimiro, as condições na região administrativa avançaram de forma expressiva. “Hoje, 95% da região têm acesso a água e esgoto; 75% das vias contam com drenagem e pavimentação; e 100% da população dispõe de energia elétrica. Além disso, há escola, creche, restaurante comunitário, terminal rodoviário e linhas de ônibus”, afirmou.

O secretário também informou que, diante dessas melhorias, o Sol Nascente não deveria mais ser incluído na classificação de favela. “Os critérios que o IBGE coloca para considerar favela o Sol Nascente não se enquadram”, completou.

De acordo com o governo do DF, a população da comunidade ultrapassa 100 mil habitantes. O secretário de Governo, José Humberto Pires, afirma que a gestão atual intensificou as obras na área nos últimos dois anos, o que não teria sido considerado pelo IBGE.

“As pesquisas do IBGE refletem uma realidade de dois anos atrás, mas nossas ações vêm transformando o Sol Nascente de forma acelerada. Iniciamos as obras efetivamente em 2020, após superar problemas em contratos anteriores. Desde então, o ritmo tem sido intenso, especialmente em 2023 e 2024. Quando o IBGE realizar uma nova avaliação, verá que o que antes era considerado favela se transformou em uma cidade”, explicou ao Correio Braziliense.

Sol nascente

A Favela Sol Nascente fica há 35 quilômetros da esplanada dos ministérios e do planejado Plano Piloto, onde está o nono maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil. Considerada periferia do Distrito Federal, a região administrativa do DF cresce de forma desordenada. O nível de escolaridade de 45,15% da população é o do ensino fundamental incompleto.

Até 2019, antes de ser uma região administrativa do DF, o conjunto habitacional pertencia à cidade de Ceilândia. Boa parte da população (48%) é oriunda do Nordeste brasileiro, segundo pesquisa de 2015 realizada pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal. ao todo. O estado do Maranhão é a principal origem dos moradores do Sol Nascente, com 19,1% da população vinda de lá. Em segundo lugar está o Piauí com, 18,1%. De acordo com a pesquisa, os principais motivos para a mudança são “acompanhar parentes”, com 47,1% e em “buscar trabalho”, com 17%.

A Rocinha, no Rio de Janeiro, é a favela mais populosa do Brasil, com 72 mil habitantes. Na sequência figura o Sol Nascente, no Distrito Federal (DF), com mais de 70 mil moradores. Em terceiro lugar está Paraisópolis, em São Paulo (SP), com 58 mil residentes.

Apesar de os moradores não concordarem com a nomenclatura “favela”, o instituto tem uma definição precisa para o conceito. O IBGE considera favela qualquer aglomerado subnormal, com no mínimo 51 domicílios, que ocupa de forma desordenada e densa os terrenos e que não possui acessos a serviços públicos essenciais como, água potável, saneamento básico, além de ter baixa qualidade das residências e insegurança quanto ao status das propriedades.

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