“Pacote de medidas” de Mabel deve incluir ampla reforma administrativa e alterações no orçamento
O prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), revelou no domingo, 27, seu plano de enviar um pacote de medidas à Câmara Municipal no dia 2 de janeiro. As mudanças devem ser com foco em um ajuste profundo na estrutura administrativa do município e também no orçamento.
O projeto, que ainda está em fase de construção, será discutido com a equipe de transição e técnicos da Câmara Municipal, da equipe de Mabel e da Prefeitura, incluindo o presidente da Casa, Romário Policarpo (PRD). Outra informação apurada é o enxugamento da máquina pública, com cortes significativos de despesas.
O objetivo do prefeito eleito é implantar uma reforma administrativa distinta da gestão de Rogério Cruz, reorganizando pastas e cargos para tornar a estrutura mais eficiente. O pacote também deve incluir propostas para alteração orçamentária.
Para isso, a equipe de transição deve conversar com a atual gestão na intenção negociar a incorporação de ajustes na Lei Orçamentária Anual (LOA), que será votada no final deste ano. Contando com maioria na Câmara Municipal, Mabel possui capital político para avançar com as propostas.
O Jornal Opção ainda ouviu um dos principais coordenadores da campanha de Mabel, Euler Morais, e os vereadores da base, Henrique Alves (MDB) e Denício Trindade (UB). Segundo o integrante da equipe do prefeito eleito, será revisado o plano de 100 dias mencionado por Sandro na campanha.
Morais explicou que o foco será em fazer um diagnóstico situacional, parcerias estratégicas e diálogo com a Câmara Municipal. “Primeiro, nós vamos revisar o plano de 100 dias que ele deseja implementar. Tem as etapas naturais: fazer um rápido diagnóstico, uma radiografia da situação para captar as variáveis mais macro”, destacou Morais.
Segundo ele, essa avaliação inicial é crucial para decidir quais compromissos e programas em andamento devem ser “consertados, continuados ou extintos”. Questionado sobre mudanças no orçamento, Morais acredita que o plano deve passar por isso.
“Estudar realmente o que é pertinente antes de ser aprovada”, apontou, frisando a necessidade de cooperação com a Câmara Municipal. “O líder do prefeito será importantíssimo para fazer uma boa interlocução”, completou. “Esperamos que a transição seja fluente, tranquila, e que possamos colaborar até para que a gestão atual termine menos problemática”, afirmou Morais.
Henrique Alves também afirmou que as primeiras ações do novo governo deverão incluir um pacote de medidas para redução de despesas. Embora detalhes ainda estejam sendo discutidos, uma reforma administrativa e a reestruturação da gestão financeira podem ser o foco inicial da nova gestão.
“O que eu imagino que possa ser é provavelmente algum pacote no sentido de redução de despesas”, revelou. Segundo ele, embora não saiba detalhes, o cenário atual exige medidas de austeridade, e isso pode estar nos planos do novo prefeito.
Alves aponta que, antes de qualquer movimento mais estruturado, a nova equipe deve entrar em uma fase de transição para mapear dados administrativos e financeiros da prefeitura. “Vão agora entrar numa fase de transição, para que ele possa efetivamente mandar algo nesse sentido”.
Além disso, especula-se que uma regulamentação sobre a quantidade de cargos comissionados e a reorganização da estrutura administrativa da Prefeitura estejam em análise.
Já Denício acredita que o foco do plano seja reequilibrar as finanças municipais. Ao ser questionado sobre a possibilidade de as medidas incluírem cortes de custos para sanar o déficit orçamentário, o vereador indicou que essa deve ser uma das prioridades.
“Vai ter que tomar algumas medidas mais do que necessárias para reduzir o custo, até porque o ano passado fechou com déficit. Vai ter que dar uma resposta para alterar essa situação”, explicou. Para Denício, o primeiro passo será uma análise aprofundada das contas da cidade. “Ele vai pegar um diagnóstico a partir da equipe de transição e já tomar essas medidas logo no início”, afirmou.
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