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Октябрь
2024

Com um Brics cada vez mais anti-ocidente, entenda como o Brasil deve se comportar na presidência do bloco

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O Brasil assumirá a presidência do Brics no dia 1° de janeiro de 2025. O bloco foi originalmente fundado pelos países emergentes Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Posteriormente, novos membros foram aceitos, expandindo a rede de influência do bloco. Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos participam pela primeira vez da reunião do grupo, que acontece entre os dias 22 e 24 de outubro, em Kazan, na Rússia. 

Seja por questões culturais, históricas ou financeiras, os países do bloco buscam alternativas às estruturas produtivas já estabelecidas pelos países de “1° mundo” como Estados Unidos, Inglaterra, França e Holanda. O Brics se coloca, portanto, como uma alternativa à narrativa ocidental, em um momento de descrédito da ONU. 

Tanto as discussões que vão acontecer na 16° Cúpula dos Brics, quanto as que se seguem sob a presidência do Brasil, parecem levar a um afastamento dos países ocidentais. Sob o  lema “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”, o bloco se propõe a discutir temas como reforma das instituições de governança global, promoção do multilateralismo, combate à fome e à pobreza, redução das desigualdades e incentivo ao desenvolvimento sustentável.

Os países que compõem o Brics e seus discursos indicam sede por mudança. Sejam as amarras do sistema financeiro atrelado ao dólar ou as limitações na estrutura da ONU (que servem para reforçar estruturas herdadas do passado neocolonialista), os dez países que compõem o grupo sul centrado buscam construir rede de apoio própria como forma de escapar desses espaços institucionais viciados. 

Nesta cúpula, vai se buscar medidas para fortalecer instituições financeiras alternativas ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial, controlados principalmente por potências ocidentais. Além disso, vai se buscar reforçar o papel dos estados Brics no sistema monetário e financeiro internacional e expandir o uso das moedas nacionais dos estados Brics no comércio mútuo.

O desafio que se põe diante do Brasil, que eventualmente vai superar Lula, é qual postura adotar diante do cenário internacional da geopolítica. Sendo o país mais próximo, física e culturalmente, dos Estados Unidos e sua rede de produção, o governo deve considerar os impactos futuros das ações no Brics sobre as estruturas que atualmente compõe. 

A aproximação de um grupo político significa o afastamento de outra? Quais os efeitos isso tem no cotidiano da economia brasileira? Até onde se aproximar do oriente? Quais distâncias manter? 

O desejo por estruturas produtivas alternativas podem levar o Brasil para caminhos não previstos, e toda atenção e cuidado nesses passos que se aproximam podem ser decisivos para o bom trilhar do caminho por independência do país.  

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