Especialista pede educação digital nas escolas além da proibição de celulares em sala de aula
O uso de celulares nas escolas gera debates intensos, especialmente com a preocupação sobre os impactos que esses dispositivos têm na aprendizagem. Dados da União Internacional das Telecomunicações (UIT) de 2023 indicam que 78% da população com 10 anos ou mais possui um celular. Por isso, há debates a respeito de restrição nas escolas.
O Ministério da Educação (MEC) já informou anteriormente que está preparando um projeto de lei para proibir o uso de celulares em instituições de ensino públicas e privadas. Essa medida, que deve ser anunciada ainda em outubro e busca oferecer um respaldo legal para estados e municípios que já discutiam essa proibição, incluindo a situação de Goiás.
O argumento é de que alta taxa de uso de telefones levanta questões sobre como essa tecnologia afeta a capacidade de aprendizado e concentração dos mais jovens. Por isso, o plano do MEC com a lei é combater as distrações causadas em sala de aula com os aparelhos celulares e permitir que o ambiente escolar seja mais propício ao aprendizado.
Para Fabiano de Abreu Agrela, pós-PhD em neurociências, o uso excessivo dos dispositivos afeta o foco e a concentração em crianças e adolescentes. “Esse uso excessivo de aparelhos celulares entre os mais jovens pode afetar áreas do cérebro como o córtex pré-frontal, que ajuda a manter a atenção, e o hipocampo, ligado à memória”, explica.
“Com tantos estímulos rápidos, como redes sociais e jogos, fica mais difícil se concentrar em atividades que exigem mais tempo e atenção”, ressalta o especialista. Ele ainda explica que esse fator desregula o sistema de recompensa do cérebro, o que pode prejudicar a capacidade de concentração.
Agrela ainda acrescenta que a proibição dos celulares não é suficiente para reverter os pontos negativos do uso. “Importante ensinar a usar os celulares com sabedoria porque eles já fazem parte da nossa rotina de uma forma irreversível. É preciso saber conviver e usar bem essas tecnologias, com a inclusão da educação digital nas escolas”, ressalta.
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