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Elon Musk perdeu e Alexandre de Moraes ganhou? A vitória é da democracia, do império da lei

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Escuto, em rodas de amigos e intelectuais, que Elon Musk, dono do X e da Tesla, é o Rei da Escrotolândia. Mais por seu comportamento reacionário, como se fosse uma espécie de bolsonarista-trumpista. Um estupidista com dinheiro, muito dinheiro.

Mas o problema de Elon Musk, para além de ser ou não Rei da Escrotolândia — seus críticos também exageram —, é um tanto mais grave. Como dono de big techs, o empresário sul-africano (espera-se que não apoie um novo apartheid) opera para pairar acima dos Estados nacionais, ou seja, acima de suas leis.

Ao não respeitar as leis, poderia se tornar, digamos assim, um criminoso global? Talvez não seja o que o empresário quer ser. Mas, quando tenta não cumprir a legislação de cada país — e criticando o Poder Judiciário, como se este fosse censor, e não aplicador de leis criadas por representantes do povo, como deputados federais e senadores —, o proprietário do X comporta-se, de fato, como criminoso. Quem não cumpre as leis, frise-se, adota comportamento (de) criminoso.

Não se está sugerindo que Elon Musk é “bandido”, e tão-somente que, ao não cumprir as leis brasileiras, aproxima-se de se tornar criminoso.

Quando o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, exige que o X indique um representante legal no Brasil, para que passasse a ter um responsável direto por seus atos, o magistrado brasileiro está apenas dizendo ao empresário: cumpra a lei.

Cumprida a lei, Elon Musk deixará de ter problemas no país. No início, acreditando que arregimentaria apoios em todo o mundo, o empresário desafiou Alexandre de Moraes, atacando-o no X. Porém, no lugar de reduzir a força do magistrado patropi, contribuiu para fortalecê-lo globalmente. O ministro do STF, com sua decisão intimorata — retirou o X do ar —, despertou a atenção de autoridades e públicos de outros países.

A decisão de Alexandre de Moraes se tornará, se se pode dizer assim, jurisprudência global. Ao enquadrar o X, de maneira democrática, o ministro disse ao mundo: sim, é possível enquadrar uma big tech.

Ante a repercussão positiva, pró-Alexandre de Moraes e pró-Brasil, Elon Musk recuou, nomeou uma advogada como representante do X no Brasil e pagou as multas (mesmo tendo depositado na conta errada). Quer dizer, o empresário cumpriu a lei, o que é positivo.

Diz-se, nos jornais, que Elon Musk, se não cumprisse as leis, poderia perder mercado internacional para seus produtos (como os automóveis da Tesla). Aqueles que investem em suas empresas também não apreciaram as malevolências do chefão do X.

O que mais Elon Musk teme é uma reação em cadeia, a partir do Brasil, que conecte o X e a Tesla, além de outros negócios, e prejudique seus lucros astronômicos.

A história ensina, se ensina, que o tombo do gigante é muito maior e mais rumoroso do que o tombo do anão. Vários gigantes caíram ao longo do tempo. O empresário, hoje trilionário, poderá voltar a ser bilionário, depois milionário e, por fim, perder tudo. A história é cheia de exemplos de empresários que foram tudo e se tornaram nada.

Elon Musk perdeu e Alexandre de Moraes ganhou? Não é bem assim. Quem ganhou foi a democracia, que, como se sabe, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, é sustentada por leis. Quer dizer, por indivíduos, todos eles, que cumprem as leis. Sejam ricos, classe média ou pobres.

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