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Октябрь
2024

Saiba como vai funcionar a repatriação de brasileiros que estão no Líbano; primeiro voo traz 220 pessoas

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O primeiro voo de repatriação dos brasileiros que estão em Beirute, no Líbano, foi atrasado em 24 horas por decisão do governo brasileiro. A motivação seria a escalada do conflito na região. A nova previsão é que a aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) deixe o país neste sábado, 5, às 14h, no horário de Brasília.

A comunicação foi feita diretamente aos brasileiros que aguardam a evacuação. A informação foi confirmada em coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira, 3, por autoridades envolvidas na operação de resgate.

A mensagem enviada aos brasileiros, na sexta-feira, dizia: “Informamos que, por considerações de segurança, o voo de repatriação precisou ser adiado. Você será avisado oportunamente. Sairá possivelmente amanhã, 05/10”.

O avião KC-30 da FAB, com capacidade para aproximadamente 220 passageiros, permanece em Lisboa, Portugal, aguardando condições seguras para seguir viagem ao Líbano. A decolagem dependerá da evolução da situação no país, que tem sido palco de intensos bombardeios de Israel contra o grupo extremista Hezbollah. Um dos bombardeios ocorreu nas proximidades do aeroporto de Beirute, aumentando as preocupações com a segurança.

“O que eu queria dizer é que as garantias serão dadas pelas autoridades legais. Se houver algum episódio que não permita a aterrissagem, claro que será adiado. Isso será resultado dos constantes encontros, reuniões e consultas com autoridades”, disse o ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira.

Operação Raízes do Cedro

O avião da Força Aérea Brasileira (FAB), que integra a operação de resgate “Raízes do Cedro”, decolou na madrugada desta quarta-feira, 2, da Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, e chegou a Portugal na manhã do mesmo dia.

A missão de repatriação prioriza idosos, mulheres, crianças e pessoas que necessitam de atendimento médico, conforme indicaram as autoridades responsáveis.

“Primeiros brasileiros não residentes, depois brasileiros residentes. E, dentro dessas categorias, são estabelecidos por lei, idosos, gestantes, crianças, pessoas com deficiência e doentes de toda forma”, explicou Mauro Vieira.

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Genocídios, genocidas e a barbárie cometida por Israel no Oriente Médio

Uma fonte do Itamaraty informou que cerca de 3 mil brasileiros já expressaram interesse em retornar ao Brasil, principalmente residentes de Beirute e do Vale do Bekaa, áreas diretamente afetadas pela escalada do conflito entre Israel e o Hezbollah.

O brigadeiro Marcelo Damasceno, comandante da Aeronáutica, destacou que o Brasil tem capacidade logística para resgatar até 500 pessoas por semana do Líbano. No entanto, o governo está incentivando, inicialmente, que aqueles que possuam recursos financeiros busquem alternativas por meio de voos comerciais. Os que não tiverem condições de sair por conta própria serão incluídos na lista oficial de repatriados.

A missão de resgate foi decidida após uma conversa entre o presidente Lula (PT) e Mauro Vieira, durante um encontro no México, onde ambos participaram da cerimônia de posse da nova presidente Claudia Sheinbaum.

Em um episódio similar em 2006, durante a última grande ofensiva militar entre Israel e o Hezbollah, cerca de 3 mil brasileiros foram evacuados do Líbano.

Conflito armado

O Líbano tem sido alvo constante de ataques aéreos de Israel, que visam posições do grupo extremista Hezbollah em seu território. Além dos alvos militares, os bombardeios têm atingido a população civil, e até o momento, dois brasileiros perderam a vida desde o agravamento do conflito em 20 de setembro. Nesta segunda-feira, 30, foram relatadas incursões terrestres israelenses na região.

No último sábado, 28, Vieira teve uma reunião com o chanceler libanês, Abdallah Rashid Bou Habib, para discutir o cenário do conflito entre Israel e Hezbollah, além de avaliar as possibilidades de repatriação dos brasileiros que estão no Líbano.

Desde o dia 23 de setembro, o Itamaraty vem discutindo a viabilidade de uma operação de resgate. A principal questão em debate é a escolha da rota mais segura para a fuga. O aeroporto de Beirute, que ainda está operacional, é uma das opções em consideração. Paralelamente, o governo brasileiro estuda alternativas, como o uso de bases aéreas russas na Síria, próximas à fronteira libanesa. Entre elas, as bases de Hmeymim e Shayrat, localizadas ao norte e noroeste do Líbano.

Outra possibilidade que o governo não descarta, embora mais desafiadora, é a retirada de brasileiros via Chipre, uma alternativa logística mais complexa que ainda está sendo analisada pelas autoridades.

Atualizações 

Em coletiva na tarde da quinta-feira, 3, O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o ministro da Defesa, José Múcio, e o comandante da Aeronáutica, Marcelo Kanitz Damasceno informaram que o primeiro voo parte ainda nesta sexta-feira, 4, saindo de Lisboa para Beirute. 

O avião KC-30 da FAB tem previsão de pousar em Beirute às 10h, horário de Brasília (16h no horário local), e partir logo em seguida de volta para Portugal. Da capital portuguesa, a aeronave seguirá para São Paulo, com chegada prevista para às 8h da manhã de sábado, 5.

Segundo o Itamaraty, cerca de 220 brasileiros deverão ser repatriados nesse primeiro voo. A operação tem como meta resgatar aproximadamente 500 pessoas por semana. Idosos, mulheres, crianças e indivíduos com necessidades médicas terão prioridade no embarque, conforme as diretrizes estabelecidas pelo governo brasileiro.

“Estamos repetindo o que fizemos de outubro do ano passado até o início desse ano com relação aos brasileiros que estavam na Palestina, Faixa de Gaza e Israel. A operação foi muito bem-sucedida, com cerca de 1.600 cidadãos repatriados”, lembrou Mauro Vieira.

As rotas dos voos podem sofrer mudanças devido às condições de segurança.

Cerca de 20 mil brasileiros residem atualmente no Líbano, país que tem sido alvo de intensos bombardeios israelenses nos últimos dias, em meio à ofensiva de Israel contra membros do Hezbollah em território libanês.

Até o momento, apenas aeronaves de quatro nações conseguiram autorização para pousar no Líbano com o objetivo de realizar missões de repatriação. O Brasil deverá se tornar o sétimo país a obter permissão para enviar uma aeronave de resgate ao país, ampliando os esforços internacionais para retirar seus cidadãos da região em conflito.

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