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Октябрь
2024

Corpo de Bombeiros assume demanda de resgates em Goiânia por conta da falta de ambulâncias e profissionais do SAMU

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O Corpo de Bombeiros está sendo obrigado a absolver a demanda de resgates na capital por conta da insuficiência de ambulâncias e efetivo do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), atualmente, o SAMU de Goiânia possui onze ambulâncias em circulação, o que é insuficiente para suprir a demanda de atendimentos na capital. Goiânia precisaria de 17 ambulância do SAMU em circulação para que a demanda seja cumprida.

Ao Jornal Opção, o Subcomandante do Centro de Operações do Corpo de Bombeiros, Major Maragon, afirmou que apenas na Região Metropolitana de Goiânia, os bombeiros tem atendido cerca de 280 ocorrências por dia. “Temos atendido em média 280 ocorrências por dia em Goiânia e Aparecida. Temos, em média, 18 viaturas, moto resgate para intervenção rápida. Hoje as ocorrências vem aumentando, mas nosso efetivo as vezes passa por demanda reprimida, ou seja, tem mais solicitação que profissionais disponíveis”, explicou.

“Hoje o efetivo de resgate na Região Metropolitana são de 72 militares para atender exclusivamente essas ocorrências. Hoje as pessoas já passam a demanda para o Corpo de Bombeiros por meio do 193 e como temos 11 locais na capital para despachar as equipes, conseguimos fazer o atendimento rápido. Mas as vezes é muita demanda”, relatou.

O major explica que as vezes é necessário que militares façam horas extras para que a corporação consiga suprir a demanda. “Temos escalado viaturas extras e para o pessoal temos feito atividades de segunda folga, fazendo com que tenhamos mais profissionais disponíveis para justamente suprir essa demanda e aumentar a quantidade de recursos para realizar os resgates”, afirma.

Problemas do Samu

Segundo fontes do Samu, a Prefeitura de Goiânia alugou 22 ambulâncias e, até o momento, poucas foram entregues. Porém, essas viaturas não possuem equipamentos ou efetivo suficiente para atender Goiânia. “Nos falaram que essas viaturas estariam prontas para rodar em 10 dias. Perguntei sobre o efetivo, já que hoje o Samu não tem efetivo para colocar as ambulâncias na rua, e me informaram que terá credenciamento de funcionários, mas ainda não vi nada andar”, disse um funcionário do SAMU ao Jornal Opção, sob condição de anonimato.

Além disso, o 192, número de emergências do SAMU segue sem funcionar desde a noite do último sábado, 28. Á época, a Secretaria Municipal de Saúde informou que o problema era do sistema de telefonia da Oi.

“Desde que o sistema, que é analógico, apresentou problemas no sábado, a coordenação do SAMU tem mantido contato frequente com representantes da operadora para que a situação seja normalizada”, diz nota da SMS.

De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Goiás (Sindsaúde), Néia Vieira, outro problema enfrentado pelo SAMU é a falta de pagamento aos trabalhadores. “A Prefeitura não tinha regularizado os credenciamentos e os profissionais que são credenciados não receberam o pagamento de agosto, estes são PF (pessoa física). As PJs (pessoas jurídicas) já estão com seus salários atrasados há três meses”, diz.

Em nota, a SMS afirmou que a informação não procede e que os salários dos trabalhadores do Samu “estão em dia”. “Os credenciados receberam nesta quinta-feira (3). Por lei, o pagamento poderia ser efetuado até o quinto dia útil do mês”.

Para Néia, alugar ambulâncias não sana o problema, já que não há pessoal suficiente para operá-las. “Não tem equipe para tripular e não tem materiais ou insumos. Por isso o Corpo de Bombeiros tá sendo obrigado a pegar as demandas, por conta dessa inoperância do SAMU”, diz.

“Na última atualização de pessoal que temos, faltavam cerca de 72 técnicos de enfermagem e 40 médicos, isso há mais ou menos 10 dias. A Prefeitura pode até ter feito novos credenciamentos, mas a maioria dos profissionais estão com pagamentos atrasados a 30 dias, o que prejudica a operação”, completa.

Falta de médicos

No fim de julho, funcionários do SAMU denunciaram falta de médicos. Na ocasião, os funcionários afirmaram que as quatro ambulâncias que são Unidades de Suporte Avançado (USA) – aquelas equipadas com UTI – estão deixando de atender por falta de médicos, apesar de estarem aptas ao trabalho. “Essas unidades não podem sair do pátio sem a presença de um médico e, pelas informações que temos, pessoas estão morrendo por falta desse atendimento”, relatou um funcionário ao Jornal Opção.

De acordo com o relato do funcionário, a Prefeitura pagou parte da dívida de um ano com as oficinas que prestam serviços de manutenção nas ambulâncias, contudo, a falta de profissionais é um obstáculo para que as unidades operem como necessário. “Hoje, temos sete Unidades de Suporte Básico (USB) prontas para atendimento, outras três em manutenção e mais três com o motor fundido”, sublinha. Segundo relato do servidor, o total de ambulâncias prontas para servir a população é de 11 unidades, sendo sete USB e quatro USA.

Demanda de ambulâncias

As 11 ambulâncias em circulação não são suficientes para suprir a demanda. Segundo avaliação de Néia Vieira, seriam necessárias, em média, 17 ambulâncias. “Em média seria necessário umas 17 ambulâncias, que era mais ou menos o que havia aqui em Goiânia em funcionamento. Depois dessa crise toda, o SAMU estava funcionando com cerca de cinco ambulâncias, duas USA, que são unidades de suporte avançado, e três USBs que são as de suporte básico. Só de agora recentemente a informação que nós temos é que nem essas cinco estão funcionando mais, só três ambulâncias funcionando”, disse.

Afastamento do Secretário de Saúde

Outro ponto que vale ser citado é escândalo envolvendo a SMS e o Samu, que acabou levando ao afastamento de 90 dias do então chefe da pasta, Wilson Pollara. Servidores denunciavam tentativa de privatização do Samu e superfaturamento na compra de itens para o Serviço. O Tribunal de Contas do Município (TCM) havia suspendido uma licitação para contratação de itens para o Samu no intuito de intensificar o combate à dengue. O Tribunal encontrou irregularidades ligadas à natureza das contratações e suspendeu o texto. Entretanto, a pasta reenviou um projeto quase idêntico pouco tempo depois, o que levou à recomendação do afastamento de Pollara.

Desde então, servidores do Samu entraram em greve protestando contra a tentativa de privatização do serviço público e do sucateamento das condições de trabalho da categoria. Atualmente, Quesede Henrique está no comando da pasta de forma interina até o fim do afastamento de 90 dias de Pollara.

Sobre o assunto, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia afirmou apenas que “o Samu passa por reestruturação”.

Resposta da SMS

Ao Jornal Opção, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou fez a locação de 22 ambulâncias e que a empresa teria 45 dias para entregá-las. Porém a SMS já recebeu novas ambulâncias de forma antecipada e que “11 ambulâncias estão circulando”.

Leia a nota na íntegra

A Secretaria Municipal de Saúde esclarece que o contrato de locação de 22 ambulâncias, sendo cinco de Unidades de Suporte Avançado (USA) e 17 Unidades de Suporte Básico (USB) foi publicado no Diário Oficial do Município (DOM) no dia 13 de setembro. A partir desta data, a empresa teria 45 dias para entregar os veículos. Mas a prefeitura já começou a recebê-los de forma antecipada. Todas as cinco USA chegaram na semana passada, quatro já estão nas ruas e uma ficou para reserva técnica, como previsto. Mais cinco ambulâncias chegam neste final de semana. A previsão é que antes dos 45 dias, todas já estejam em Goiânia. 

Nesta quinta-feira (3), há 11 ambulâncias circulando, quatro USA sete USB.

Obs: Das 22 ambulâncias, cinco serão para reserva técnica. A frota completa de ambulâncias circulando na capital é de 17 veículos. 

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