ru24.pro
World News
Октябрь
2024

Fred Rodrigues pode ser considerado o Rogério Cruz da direita goianiense?

0

A quatro dias da votação que vai decidir quais serão os candidatos a prefeito de Goiânia que irão para o segundo turno, o cenário segue indefinido. Três candidatos são tidos como “no páreo”, com chances reais de levarem a eleição: o empresário Sandro Mabel (UB); a deputada federal Adriana Accorsi (PT); e o senador Vanderlan Cardoso (PSD). Os três com sólida experiência política e de gestão e que, apesar de pertencerem a diferentes partidos e ideologias, são conhecidos pela capacidade de articulação e diálogo.

Um outro candidato, que entrou na corrida eleitoral de forma súbita, quase improvisada, e com números pífios nas pesquisas, galgou pontos percentuais e se mostrou disposto à disputa. Porém, ao contrário dos outros que lideram e geram expectativas, este outro parece gerar temores nos mais entendidos (e de boa memória) pela falta tanto de experiência como de trato político — dois atributos sem os quais não se sustenta a gestão de uma prefeitura, ainda mais como a de Goiânia, que conta com uma estrutura gigantesca,

Enquanto brigam pelo lápis para desenhar um quadro que ainda se mostra quase impossível de se prever, os candidatos do UB, PT e PSD assistem, curiosos, as movimentações de Fred Rodrigues, do PL, candidato escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para representá-lo na corrida ao Paço Municipal. O deputado estadual cassado conta com o poder de fogo do partido (que não é pequeno), da imagem de Bolsonaro (que, apesar de menor do que antes, ainda tem apelo eleitoral) e de seu alcance nas redes sociais para se consolidar como candidato competitivo. Ele, inclusive, conseguiu passar dos iniciais 7% para 11% nas intenções de voto. Ou um pouco mais.

Leia também: Mabel sobre Fred Rodrigues: “Ele fez uma opção na vida, que é a de não trabalhar”

No entanto, o que acende o alerta é o cenário “familiar” no qual Fred se projeta como candidato a prefeito. Assim como Rogério Cruz, que não esperava ser prefeito (e nem vice, uma vez que a indicação inicial para a chapa era de um nome ligado à Assembleia de Deus, e não da Universal) e foi alçado ao cargo exclusivamente por conta da morte de Maguito Vilela, Fred Rodrigues caiu de paraquedas na disputa pela cadeira de prefeito, situação causada unicamente pela decisão do PL de Bolsonaro de manter o candidato original, Gustavo Gayer, na Câmara dos Deputados. Assim como Rogério, Fred, mesmo sem saber do que se tratava, foi “pinçado” pela conjuntura política para suprir, de forma emergencial, uma lacuna.

Mabel já foi deputado federal, já concorreu eleição para prefeito e comandou, por meio século, uma das empresas de alimentos mais bem-sucedidas da história de Goiás e do país. Já Vanderlan, hoje presidente de uma das comissões mais importantes do Senado, a CAE, foi prefeito de Senador Canedo, cidade com quase 170 mil habitantes, e também fundou e lidera uma gigante do ramo alimentício, a Cicopal. Adriana, por sua vez, foi a primeira mulher da história do Estado a comandar uma de suas instituições mais importantes, a Polícia Civil, além de ter passado pela Secretaria Municipal de Defesa Social de Goiânia. Foi deputada estadual e é deputada federal.

Apesar de jovem, Fred é bem articulado. Sabe persuadir, convencer — não à toa seus vídeos nas redes sociais costumam viralizar — e também inflamar a claque. Porém, esses são atributos que sustentam um canal no YouTube, uma conta no TikTok e até, talvez, um mandato no Legislativo (esse último não foi o caso de Fred), mas não uma cidade de 1,5 milhão de habitantes. A própria postura do candidato do PL em debates – evasiva em relação a propostas concretas, mas contundente em argumentações ideológicas – sinaliza que Fred disputa um cargo incompatível com sua vocação.

Independentemente de partidarismo e ideologia, Mabel, Adriana e Vanderlan são gestores de experiência. Fred, não. E destaca-se: apontar que candidato A ou B é inexperiente não é ataque, mas retratação de fato, assim como é fato que a repetição da inexperiência à frente de uma prefeitura como a de Goiânia pode, sim, arrastar a cidade para o caos. E isso, creio eu, o goianiense não está disposto a pagar para ver.

O post Fred Rodrigues pode ser considerado o Rogério Cruz da direita goianiense? apareceu primeiro em Jornal Opção.