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2024

Dia Nacional do Idoso: população acima dos 60 anos está cada vez mais presente no mercado de trabalho

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A expectativa de vida no Brasil já se aproxima dos 80 anos, atingindo 76,4 anos, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do IBGE, realizada no quarto trimestre de 2023. Até o ano de 2070, estima-se que quase 40% (37,8%) da população será formada por pessoas com 60 anos ou mais. Entre 2000 e 2023, a proporção de brasileiros nessa faixa etária praticamente dobrou, subindo de 8,7% para 15,6%, segundo o instituto.

No próximo 1º de outubro, quando é comemorado o Dia Nacional do Idoso, governo e empresas, além de celebrar a data, precisam antes de mais nada, efetivamente prestar mais atenção à essa população idosa, que além de crescer numericamente, está cada vez mais ativa. Segundo o Censo Demográfico de 2022, temos mais de 32,1 milhões de brasileiros acima de 60 anos, 15,8% da população do país, e destes, 24% estão no mercado de trabalho, conforme a Pnad Contínua.

Atualmente, existem cinco grupos geracionais coexistindo no ambiente de trabalho: os Veteranos, os Baby Boomers, a Geração X, a Geração Y e por fim a Geração Z. Os Veteranos representam as pessoas com mais de 65 anos, os Baby Boomers como sendo as pessoas entre 50 e 65 anos, a Geração X como sendo as pessoas com faixa etária entre 31 e 49 anos, e finalmente, a Geração Y como sendo as pessoas com 30 anos de idade ou menos. Já os integrantes da Geração Z possuem entre 20 e 25 anos de idade.

Com 62 anos de idade e mesmo já tendo se aposentado há dez anos, a ideia de parar de trabalhar passa longe da cabeça do senhor Divino Eterno de Morais, de 62 anos, que atualmente ocupa o cargo de gerente de operações da rede de lojas de materiais de construção Irmãos Soares. Ele conta que iniciou na empresa aos 19 anos, como faturista, passou pela função de vendedor, gerente de vendas, logística e outras atribuições até chegar à atual. O gerente lembra que iniciou na empresa com o sonho de crescer profissionalmente e hoje compartilha tudo o que aprendeu na caminhada de 43 anos com os profissionais mais jovens.

Divino Eterno de Morais, de 62 anos | Foto: Arquivo

Seu Divino diz que poderia viver tranquilamente com o recurso da aposentadoria, mas conta que ainda tem muito a realizar. “Eu tinha feito uma previsão de reduzir as atividades aos 70 anos, mas agora já vou rever isso, acho que devo trabalhar pelo menos até os 80 anos, pois gosto de levantar cedo e ser ativo, ter coisas para fazer e dar exemplo para meus filhos”, relata. Ele completa dizendo ainda que, se depender da saúde, pode até ultrapassar sua meta, já que é cuidadoso com seu bem-estar e pratica exercício físico diariamente. “Pratico Karatê e acho que o trabalho, assim como o exercício, me ajuda a ter uma vida equilibrada”, afirma.

O que pensam os Veteranos e Baby Boomers

Seu Divino faz parte de uma turma de mais de 40 profissionais com mais de 60 anos que trabalham nas unidades da rede de lojas. Mais de 10% do quadro de funcionários da empresa está nesta faixa etária e desempenham funções nas mais variadas áreas, tanto em Goiânia, quanto nas cidades do interior de Goiás.

Colaboradores como Ileuza Gomes Silva, de 61 anos, que é auxiliar de limpeza. Natural da cidade de Palmeiras de Goiás, mas morando em Goiânia há mais de 40 anos, Ileuza diz que conta com a renda do seu emprego para auxiliar nas despesas da sua família. “Devo me aposentar daqui um ano, mas ainda sim não devo ficar totalmente parada”, prevê a auxiliar de limpeza.

Já o analista de compras Enio Cândido da Silva, de 61 anos, também quer continuar no mercado de trabalho, enquanto sua saúde permitir. “60 anos é só um número. Acho que se a gente tem a cabeça boa, por que não continuar trabalhando? Eu quero continuar, enquanto eu tiver saúde”, afirma o colaborador, que diz ter ainda muitos objetivos para conquistar, como ajudar os dois filhos, Caroline de 26 anos e o Gabriel de 20 anos, que são universitários, a terminar a faculdade.

Analista de compras Enio Cândido da Silva, de 61 anos | Foto: Arquivo

O ânimo para seguir na ativa, segundo explica Enio, vem de tudo de bom que o seu trabalho trouxe para sua vida. Comecei a trabalhar muito cedo e tudo que eu tenho hoje foi por meio do meu trabalho, a minha casa própria, o meu veículo e a formação dos meus filhos. Além disso, o trabalho também me trouxe muitos amigos, tudo isso não tem preço”, completa.

Dona Lúcia, 68 anos, trabalha como consultora em uma loja de roupas em Campinas há mais de 20 anos. Viúva e avó de três netos, ela é conhecida pela sua simpatia e dedicação ao trabalho. Sempre ativa, Dona Lúcia se adaptou ao uso de novas tecnologias e se orgulha de sua independência financeira. Para ela, continuar trabalhando é uma escolha de vida.

“Eu não me vejo parando tão cedo. Trabalhar me mantém ativa, conectado com as pessoas e me dá um sentido de propósito. Acho que a idade não deve ser uma barreira, mas uma oportunidade de mostrar que ainda temos muito a contribuir. Além disso, estar aqui me dá energia para enfrentar os desafios da vida, e me sentir realizado em ver que sou independente e valorizar

Idoso no mercado de trabalho

Em princípio, é importante destacar que a investigação quanto à realidade do idoso no mercado de trabalho é assunto que precisa ser pesquisado por estudiosos nas áreas do Direito, do Serviço Social, da Sociologia, da Educação e outras. Estudantes, professores, trabalhadores e profissionais, o conjunto da sociedade, muitos precisam estar envolvidos nesse processo de se pensar [ou repensar] a questão do idoso e o mercado de trabalho.

E essa atenção não é só local. Rafaela Lopes Batista e Karla Maria Damiano analisaram 19 trabalhos, a maior parte de origem internacional, que tratam da presença de idosos no mercado de trabalho (2021). O processo de envelhecimento é global, e todos os países são chamados a pensar em como lidar com as diversas questões advindas da longevidade.

Em razão dessa realidade atual e global, considera-se fundamental pensar em políticas públicas, nos níveis federal, estadual e municipal, que proporcionem ao idoso condições adequadas de se manter no mercado de trabalho, de forma ativa e com a apropriada proteção de sua saúde e de sua qualidade de vida.

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