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2024

Colégio de Formosa está entre os cinco melhores do Brasil

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Com apenas 106 alunos e 18 funcionários, sendo seis professores, o Colégio Estadual Professora Aurelice Gomes da Fonseca ficou entre as cinco melhores escolas públicas do país no ensino médio pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2023. A escola fica no município de Formosa, Entorno do Distrito Federal.

O Ideb avalia o desempenho dos alunos, utilizando a taxa de aprovação das escolas e os resultados da avaliação de matemática e português, o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb). A nota do colégio goiano foi 7,4, conforme dados divulgados no dia 14 de agosto.

A gestora da unidade de ensino, Isabel Tharyne, diz que o feito foi alcançado através do esforço de todo o quadro de funcionários da unidade, que desenvolveram e aprimoraram a metodologia de ensino do colégio ainda durante a pandemia de Covid-19. Ao tentar prevenir a evasão escolar, a escola se aproximou ainda mais dos alunos e das famílias.

Isabel ainda conta que mídias e meios tecnológicos foram adotados para estimular o interesse e o processo de ensino e aprendizagem dos alunos. A escola conta com um laboratório fixo e outro móvel, que juntos somam 62 computadores. Além disso, cada estudante do 9° ano do ensino fundamental e de 1ª a 3ª série do ensino médio possui um Chromebook que leva para casa.

“A gente tenta identificar a dificuldade do aluno por meio de um trabalho pedagógico individual e, então, trabalhar essa dificuldade para ele se desenvolver. Os professores montam bancas que buscam uma realidade que os alunos possam conhecer futuramente”, explicou.

A unidade de ensino, porém, também se esbarrou em dificuldades para alcançar o feito, como tornar as aulas interessantes para os alunos. Como o colégio possui aulas apenas no período matutino, a direção optou por oferecer aulas à tarde como uma espécie de reforço.

A fim de evitar a evasão das atividades extraescolares, a unidade de ensino passou a realizar brincadeiras e sorteios de brindes, além de lanches diferenciados para atrair a atenção dos estudantes, que possuem entre 12 e 19 anos. A Secretaria Estadual de Educação (Sedec), inclusive, pretende expandir a metodologia para as demais escolas estaduais.

“Tentamos ao máximo cativar os alunos, fazer das aulas atrativas para os estudantes. A gente tem agora os alunos monitores, não apenas os professores. Nosso maior desafio é continuar mantendo os alunos dentro do processo e continuar trabalhando e melhorando as metodologias”, explicou Isabel.

Frequência e evasão

Alunos faltarem é uma raridade no Colégio Estadual Professora Aurelice Gomes da Fonseca, segundo Isabel. A coordenação da escola monitora a frequência dos estudantes diariamente e sempre tenta contato com a família dos jovens ausentes.

Além disso, a escola também promove o “resgate” de estudantes que deixaram a escola sem terminar os estudos. Essa dinâmica foi responsável por fazer com que Martilene Serafim dos Reis, de 36 anos, voltasse à sala de aula depois de 10 anos afastada. 

“Fui mãe muito cedo e precisei deixar a escola para cuidar da casa, da família. Voltei porque tenho o sonho de terminar os estudos. Quero conseguir um bom emprego, ter um futuro melhor e ser um bom exemplo para os meus filhos”, explicou.

Cursando o 9º do ensino fundamental, a dona de casa frequenta a mesma escola que a filha mais nova, de 13 anos, e tem se destacado como aluna, de acordo com Isabel. No entanto, Martilene afirma que se esbarrou em dificuldades para se acostumar à rotina e, principalmente, para acompanhar as aulas.

A matemática, de acordo com a estudante, foi a matéria que mais exigiu esforço e concentração devido ao grau de dificuldade. Martilene diz que segue firme, visto que tem apoio dos professores e da direção da escola.

“Os professores são nota dez, incríveis. Todas as aulas são muito boas, gosto de todas”, reforçou.

Martilene Serafim dos Reis, estudante do 9º ano | Foto: arquivo pessoal

Goiás Tec

Para Isabel, o ponto forte da escola é o engajamento, cujos os profissionais de todas as áreas não só realizam bem as tarefas, mas se sentem parte do processo. “Por meio de engajamento da equipe, entregamos um produto com mais qualidade”.

Entre os diferenciais do colégio, está o Projeto Goiás Tec – Ensino Médio ao Alcance de Todos, programa do Governo de Goiás utilizado pela instituição. Com o uso de ferramentas tecnológicas compostas por aulas ministradas em estúdio, alunos assistem ao conteúdo em sala, acompanhados de um professor mediador, que faz as intervenções e adequações necessárias.

Depois, há uma aula presencial focada em dúvidas e dificuldades dos alunos. Uma avaliação formativa também determina em o que o professor deve trabalhar mais com os estudantes.

“Eles são ótimos professores, não medem esforços para atender as necessidades dos alunos. Esse é um dos nossos diferenciais. Saber que estamos no caminho certo é muito gratificante, estamos conseguindo fazer com que os nossos estudantes tenham uma educação de qualidade. Essa é a nossa missão”, concluiu.

Ideb

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) foi criado em 2007 e reúne, em um só indicador, os resultados de dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educação: o fluxo escolar e as médias de desempenho nas avaliações.

O Ideb é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e das médias de desempenho no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).

Confira as 20 melhores escolas públicas do país no ensino médio pelo Ideb

  • ESCOLA PREPARATÓRIA CADETES DO AR (Barbacena, MG), da rede federal – nota 7,8
  • ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA PADRE ELIÉSIO DOS SANTOS -EFA (Ipueiras, CE), da rede estadual — nota 7,5
  • ESCOLA DE APLICAÇÃO DO RECIFE (Recife, PE), da rede estadual — nota 7,5
  • COLÉGIO NAVAL (Angra dos Reis, RJ), da rede federal — nota 7,4
  • COLÉGIO ESTADUAL PROFESSORA AURELICE GOMES DA FONSECA (Formosa, GO), da rede estadual — nota 7,4
  • COLÉGIO TÉCNICO INDUSTRIAL PROF ISAAC PORTAL ROLDAN UNESP (Bauru, SP), da rede estadual — nota 7,3
  • COLEGIO TIRADENTES IJUI (Ijuí, RS), da rede estadual — nota 7,3
  • ESCOLA DE APLICAÇÃO PROFESSORA IVONITA ALVES GUERRA (Garanhuns, PE), da rede estadual — nota 7,1
  • ANEXO I DO COLÉGIO DA POLICIA MILITAR PETROLINA (Petrolina, PE), da rede estadual — nota 7,1
  • COLÉGIO ESTADUAL PEDRO LUDOVICO TEIXEIRA (São João d’Aliança, GO), da rede estadual — nota 7,1
  • CETI AUGUSTINHO BRANDÃO (Cocal dos Alves, PI), da rede estadual — nota 7,0
  • COLÉGIO MILITAR DE BELO HORIZONTE (Belo Horizonte, MG), da rede federal — nota 7,0
  • CENTRO DE ENSINO EM PERÍODO INTEGRAL FREDERICO BERNARDES RABELO (São João d’Aliança, GO), da rede estadual — nota 7,0
  • EEMTI LICEU DE ARARENDÁ JOSÉ WILSON VERAS MOURÃO (Ararendá, CE), da rede estadual — nota 6,9
  • EEEP MARIA EUDES BEZERRA VERAS (Novo Oriente, CE), da rede estadual — nota 6,9
  • 9 DE JULHO (Taquaritinga, SP), da rede estadual — nota 6,9
  • COLÉGIO TIRADENTES PMMG – UNIDADE CURVELO (Curvelo, MG), da rede estadual — nota 6,8
  • POL MILITAR C CEL P M F S MIR EF M (Curitiba, PR), da rede estadual — nota 6,8
  • EEEP ADRIANO NOBRE (Itapajé, CE), da rede estadual — nota 6,7
  • EEEP PROFESSOR WALQUER CAVALCANTE MAIA (Russas, CE), da rede estadual — nota 6,7

O Ideb agrega ao enfoque pedagógico das avaliações em larga escala a possibilidade de resultados sintéticos, facilmente assimiláveis, e que permitem traçar metas de qualidade educacional para os sistemas. O índice varia de 0 a 10.

A combinação entre fluxo e aprendizagem tem o mérito de equilibrar as duas dimensões: se um sistema de ensino retiver seus alunos para obter resultados de melhor qualidade no Saeb, o fator fluxo será alterado, indicando a necessidade de melhoria do sistema.

Se, ao contrário, o sistema apressar a aprovação do aluno sem qualidade, o resultado das avaliações indicará igualmente a necessidade de melhoria do sistema.

O índice também é importante condutor de política pública em prol da qualidade da educação. É a ferramenta para acompanhamento das metas de qualidade para a educação básica, que tem estabelecido, como meta para 2022, alcançar média 6 – valor que corresponde a um sistema educacional de qualidade comparável ao dos países desenvolvidos.

Quadro de profissionais do Colégio Estadual Professora Aurelice Gomes da Fonseca | Foto: arquivo pessoal

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