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Goiás tem baixo percentual de negros no Executivo, diz relatório

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O “Relatório do Observatório Brasileiro das Desigualdade 2024” destaca uma série de desafios e disparidades que marcam tanto o cenário econômico quanto o ambiental. Um dos indicadores apontam que Goiás tem um baixo percentual de pessoas negras à frente dos Poderes Executivos Municipais, com uma participação percentual de 0,69% em relação ao total de pessoas negras no Estado.

Já em relação a concentração de renda, entre 2022 e 2023, esse índice aumentou significativamente na região Centro-Oeste, enquanto o crescimento da renda para as mulheres permaneceu o mais baixo do país, revelando uma problemática camada de desigualdade de gênero.

Os dados da 2ª Edição do “Retrato das Desigualdades” demonstram que o País está muito distante democracia representativa, enfrentando uma grande crise de representação política. Em todos os poderes — executivo, legislativo e judiciário —, a representação política não condiz com a composição da sociedade brasileira, que é majoritariamente feminina (51,5% ou cerca de 104,5 milhões) e negra (55,5% ou cerca de 112,7 milhões).

Maioria dos candidatos em 2020

Percentual de pessoas negras eleitas para o executivo municipal e percentual de pessoas negras na população, segundo grandes regiões. Brasil, 2020

Nas eleições municipais de 2020, candidatos negros constituíram pela primeira vez a maioria dos postulantes a cargos eletivos desde que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começou a coletar informações de raça em 2014. Dos 276 mil candidatos, 49,9% eram pretos ou pardos. Os negros não só aumentaram sua representação nas prefeituras como também no número de cadeiras nas Câmaras de Vereadores, segundo dados preliminares do TSE.

Em Goiás, a maioria dos candidatos se identificou como pardos ou negros, especialmente nas disputas por cadeiras legislativas. Destaca-se a eleição de Vilmar Sousa Costa, o Vilmar Kalunga (PSB), em Cavalcante, que se tornou o primeiro quilombola a governar o município. Em Corumbá de Goiás, Chico Vaca (PL) foi eleito prefeito.

Na capital, Goiânia, entre os candidatos a prefeito, apenas Manu Jacob (PSOL) se declarou negra, mas não foi eleita. No legislativo municipal, apenas três vereadores negros foram eleitos. A Cidade de Goiás elegeu sua primeira mulher negra para a Câmara, Elenizia da Mata de Jesus (PT), além do vice-prefeito que tornou-se prefeito com a morte de Maguito Vilela, Rogério Cruz.

Nacionalmente, cerca de 1,7 mil dos mais de 5,4 mil prefeitos eleitos se declararam pretos ou pardos, representando 32% do total, um aumento em relação a 2016, quando este número foi de 29% segundo o IBGE.

Representação feminina

A desigualdade de gênero é particularmente severa no Centro-Oeste, onde o índice de mulheres no legislativo estadual é de apenas 0,16, em comparação com 0,42 no Sudeste. A disparidade se estende ao executivo municipal, com prefeitas representando somente 12% dos prefeitos no país, indicando que levará séculos para alcançar a paridade de gênero nas prefeituras.

Atualmente, apenas 8% das prefeitas são brancas e 4% são negras, totalizando 12% de mulheres no comando de prefeituras no país. Nesse ritmo, levaríamos 144 anos para alcançar a paridade de gênero nas prefeituras brasileiras. Os prefeitos negros governam 28,2% dos municípios brasileiros.

“As desigualdades em termos de representação política são a norma no país. As razões para essa sub-representação incluem, entre outros fatores, o machismo, o racismo, a falta de apoio institucional e financeiro, e a resistência cultural à liderança feminina. A superação das desigualdades de representação política no Brasil requer uma série de reformas profundas e estruturais, incluindo a implementação de políticas afirmativas que incentivem a participação política de grupos sub-representados, a revisão do sistema eleitoral para garantir maior equidade e representatividade, e a promoção de uma cultura política mais inclusiva e democrática”, diz o relatório.

Crescimento Econômico e Desigualdade de Renda

A concentração de renda no Centro-Oeste viu um aumento de 3,4% no período analisado, uma taxa que sinaliza um aprofundamento das desigualdades econômicas na região. Apesar de a região ostentar a maior renda média mensal em comparação com outras regiões brasileiras em 2022 e 2023, esse crescimento não foi distribuído de maneira equitativa entre os gêneros. As mulheres do Centro-Oeste experimentaram um aumento de apenas 7,95% em suas rendas médias mensais, o menor índice quando comparado ao resto do país. Esse dado ressalta não apenas uma desigualdade regional, mas também uma preocupante disparidade de gênero no que tange ao desenvolvimento econômico.

Impacto Ambiental

Paralelamente aos desafios econômicos, o Centro-Oeste enfrentou um agravamento no quesito ambiental. As emissões de CO2 per capita quase dobraram entre 2019 e 2022. Este aumento está ligado não apenas ao crescimento industrial e expansão agrícola, mas também a um incremento de 10 pontos percentuais nas emissões resultantes de mudança de uso da terra. Este último fator destaca o impacto da deflorestação e da conversão de terras para uso agrícola, que são prevalentes em uma região conhecida como o celeiro do Brasil.

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