Incêndio provocado por rompimento de rede de energia deixa 20 bois mortos e 100 feridos; Goiás move 80 inquéritos para investigar incêndios
O incêndio que matou ao menos 20 bois e deixou outros 100 feridos em uma propriedade rural de Itaja, no sul goiano, pode ter sido provocado pelo rompimento da rede de energia do município, segundo o titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema), Luziano Carvalho. O fogo consumiu quase metade do terreno, que conta com 2,5 mil hectares.
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O delegado afirmou que reuniu indícios que apontam negligência por parte da Equatorial, mas que aguarda o laudo da Polícia Técnico-Científica para comprovar se o incêndio teve início a partir do rompimento da rede elétrica da empresa. O caso aconteceu no último dia 23 de agosto.
“O fazendeiro estava na casa dele por volta de 12h, a dois quilômetros do evento, quando a energia acabou. Quando ele foi ligar para a empresa, ele viu as chamas e, então, providenciou os caminhões pipas e os tratores para combater o fogo”, explicou Luziano.
Além do gado perdido e ferido, o trabalhador rural sofreu com perdas de cercas, porteiras e de plantação. A investigação contou com o apoio das delegacias de Jataí e Rio Verde, que ouviram testemunhas e o proprietário da fazenda. A empresa pode ser multada em até R$ 50 milhões, conforme informou Luziano.
“Encontramos vestígios que o fogo saiu da área de estrada e adentrou para dentro da área de pastagem. Episódios como esse já aconteceram em um passado recente, mas não foi tão grande. Além do alto prejuízo material, houve também o prejuízo ambiental”, afirmou.
Procurada, a Equatorial informou que o rompimento da fiação foi proveniente da queimada na região entre Itajá e Lagoa Santa, que danificou equipamentos e comprometeu o fornecimento de energia na região. (Leia a nota completa abaixo)
Goiás instaurou 80 inquéritos
O incêndio em Itaja faz parte dos mais de 80 inquéritos abertos pela Polícia Civil de Goiás (PC-GO) para investigar queimadas criminosas em Goiás, em 2024. Uma das últimas investigações abertas ocorreu em meados de agosto, quando um homem foi preso pela Polícia Militar (PM) suspeito de atear fogo em fazendas de Bom Jesus de Goiás, Piranhas e Caiapônia.
O investigado, de 50 anos, afirmou que teria recebido R$ 300 de um fazendeiro para iniciar os incêndios. Mais de 1 mil hectares de terra foram devastados pela ação do fogo.
“A pena para esse tipo de crime ambiental, quando o fogo atinge áreas de pastagem e lavouras, pode chegar a oito anos de reclusão. Temos que promover a conscientização, a coletividade. Mas adotar isso de forma prática, não ficar só falando”, concluiu Luziano.
Nota Equatorial
“A concessionária destaca ainda que o rompimento do cabo foi proveniente da queimada na região da fazenda Água Branca entre Itajá e Lagoa Santa, danificando equipamentos da rede elétrica e comprometendo o fornecimento de energia na região. O Corpo de Bombeiros atuou no local e equipes da distribuidora realizaram a recuperação da área afetada após a liberação da corporação. O restabelecimento do fornecimento aos clientes ocorreu no mesmo dia.
Além disso, a concessionária destaca que queimadas próximas à rede elétrica podem causar danos aos equipamentos, prejudicar o fornecimento de energia e provocar graves acidentes. Iniciar queimadas, tanto em áreas rurais quanto urbanas, é considerado crime, com pena de 1 a 4 anos de reclusão, além de multa. Se o incêndio atingir a rede elétrica, pode prolongar significativamente a interrupção do fornecimento de energia.
A Equatorial Goiás também alerta que a fumaça dos incêndios carrega impurezas, fuligem e outros materiais que podem prejudicar os cabos e isoladores instalados nos postes, essenciais para o funcionamento adequado do sistema elétrico. Dependendo da quantidade de fuligem na fumaça, esses materiais podem danificar a nossa rede”.
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