Modalidade olímpica, basquete 3×3 ganha espaço em Goiás com jogo rápido e dinâmico
Presente nas Olimpíadas de Paris deste ano, o basquete 3×3 apareceu pela primeira vez na edição de Tóquio em 2020 e estará na edição de Los Angeles 2028. Ao contrário da versão tradicional, com cinco jogadores, essa versão possui três atletas em cada lado. Com menos integrantes em quadra, menos tempo de posse e disputado apenas em meia quadra, a modalidade promete um jogo mais dinâmico e rápido do que o esporte original.
Com raízes nos Estados Unidos, nas partidas jogadas em quadras de rua, o basquete 3×3 está crescendo em popularidade nos últimos anos. Além de estar nos Jogos Olímpicos, a Federação Internacional de Basquete (FIBA) também assumiu o esporte. Inclusive, em 2011, ela lançou o FIBA 3×3 World Tour, o primeiro torneio global da modalidade.
Em Goiás não é diferente, o basquete 3×3 também atrai cada vez mais praticantes e fãs. Por exemplo, durante o final de semana, Goiânia sediou a segunda edição da Liga Goiana de Basquete 3×3. O evento contou com várias categorias, divididas em masculino e feminino, além de apresentações de break dance e equipe de cheerleaders.
Com a presença de jogadores de base, amadores até profissionais do Novo Basquete Brasil (NBB), o campeonato é visto como um sucesso pela organização. O treinador da Universidade Federal de Goiás (UFG) e do time Raptors do Clube de Engenharia de Goiás (CENG), Daniel Bernardes, conhecido como “Olivinha”, pontua que o evento está ocorrendo dentro do planejado. Além de ressaltar a parceria com a UFG para utilizar o Centro de Esportes Campus Samambaia (CECAS) da UFG.
“Até o momento, tudo está correndo conforme o planejado, sendo que a primeira etapa foi um sucesso”, conta Olivinha, em entrevista para o Jornal Opção. “O 3×3 ainda está crescendo, principalmente após se tornar um esporte olímpico. A Liga Goiana busca promover a modalidade para que ela ganhe mais espaço e reconhecimento, tanto como oportunidade de mercado quanto como uma forma de projetar atletas”, acrescenta.
Por outro lado, Olivinha e as outras organizadoras do evento, Aliucha Barbalho e Gabryela Faria, estudantes da UFG, ressaltam que, apesar do sucesso, ainda há dificuldades. Faria, que estuda Educação Física, menciona que ainda falta estrutura na capital. “Organizar competições esportivas além do futebol é difícil em Goiânia, principalmente por falta de quadras poliesportivas que atendam às exigências da FIBA”, pontua.
Apesar das dificuldades, Barbalho, que cursa Engenharia Elétrica, ainda vê um cenário interessante para a modalidade 3×3 devido ao número de jogadores. “Diria que o 3×3 está movimentando mais campeonatos porque é uma logística mais fácil do que com cinco jogadores em cada lado. É mais fácil achar três amigos para jogar do que um time de doze”, argumenta. Ela também ressalta que outras regras que deixam o jogo mais rápido, dinâmico e atrativo.
Ao todo, o campeonato foi dividido em dois dias de competição, sábado e domingo, com 36 equipes em quatro categorias: adulto (masculino e feminino), sub-18 (masculino e feminino), sub-15 (masculino) e cadeira de rodas (misto).
Diversidade de Atletas
Um dos jogadores presentes na competição foi o armador Lelê Moura, atleta que atuou pelo Minas Tênis Clube na NBB. Segundo o atleta, a modalidade 3×3 é uma experiência nova para ele, mesmo que esteja acostumado com o tradicional 5×5. No entanto, ele considera igualmente importante fomentar o crescimento do esporte.
“É essencial fortalecer o esporte em Goiás”, ressalta o atleta que está jogando pelo Berlim nesta edição da Liga Goiana. “Mais campeonatos e iniciativas ajudarão o basquete a crescer no estado. E quanto mais basquete, melhor. Precisamos de mais campeonatos e jogos para evoluir o esporte no estado”, ressalta.
Após o torneio em Goiânia, Moura também pretende seguir na NBB, após passar por uma lesão no joelho. “O meu objetivo é retomar meu espaço e continuar crescendo. Quero fazer um bom campeonato, mostrar o meu valor e conquistar ainda mais no basquete. Estou no meu terceiro contrato profissional, já passei por times como Franca e Mogi das Cruzes”, conta.
Outro que atua pelo Berlim é Felipe Augusto. Ele ressalta que o time é composto por amigos de Goiânia que participa de competições de basquete 3×3 há três anos. Felipe destaca que a modalidade está crescendo em Goiás nos últimos anos: “Antes quase não se falava sobre o esporte, era mais um jogo de praça; hoje, qualquer faculdade e escola tem”.
Outro ponto que Augusto ressalta como importante é a acessibilidade do esporte. “Hoje, é um esporte para todo mundo e todos gostam de praticar. Além disso, existe uma relação de amizade entre os atletas que se conhecem e se tornam amigos. Dentro da quadra somos adversários, mas fora da quadra há uma amizade imensa”, relata.
3×3 é Melhor que 5×5?
Com regras diferentes que tornam o jogo mais dinâmico e rápido, a modalidade também está atraindo jogadores do esporte tradicional. Por exemplo, Larissa Costa, atleta da equipe Alpha, se diz “dividida” entre as duas formas de jogar basquete. No entanto, ela admite que está gostando mais da versão com menos jogadores.
“O 3×3 está revolucionando o basquete no estado, já que os campeonatos 5×5 são mais complexos de organizar. Fora que é um jogo mais dinâmico e individual, com jogadas mais criativas, como dribles, fintas e enterradas. Essas características tornam o jogo mais competitivo e emocionante. No tradicional, o jogo é mais regular e menos fluido”, explica Costa, que aprecia a liberdade criativa dentro do jogo com três atletas por lado.
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