Suspeito de incendiar fazendas diz que a motivação do crime foi política
Lucas Vieira de Lima, de 29 anos, preso em Bom Jardim por suspeita de atear fogo em fazendas de Piranhas, Bom Jardim e Caiapônia, afirmou que a motivação do incêndio criminoso foi política. A informação foi publicada pelo portal Metrópoles.
“Que a motivação foi política, mas o interrogado não sabe detalhes sobre os fatos. Que o mandante do crime não disse o nome do proprietário da terra, afirmou apenas que era um desafeto político”, diz o depoimento de Lucas.
A informação consta no Termo de Qualificação e Interrogatório, colhido pela Polícia Civil. O Jornal Opção entrou em contato com o delegado Fabio Marques, da Delegacia de Polícia de Aragarças, que afirmou que ainda não teve acesso ao depoimento na íntegra mas que o trecho citado pelo portal é “aparentemente é autêntico” e que a “suposta motivação será apurada”.
Segundo informações da Polícia Militar, a estimativa é de que 700 hectares foram queimados. “O prejuízo causado é incalculável”, afirmaram interlocutores da PM. O suspeito diz ter problemas psiquiátricos.
Segundo Lucas, o mandante seria o pedreiro Rogério Silva, de 33 anos, que também mora na região. Ao Metrópoles, Rogério negou que ordenou o incêndio. “Eu nem atuo no meio político. Eu faço trabalho braçal, eu sei o que o pessoal passa com queimada. Não tenho nada a ver com isso, Deus me livre”, disse.
Uma força-tarefa organizada pelo Corpo de Bombeiros e 50 produtores rurais foi realizada em Caiapônia para conter o fogo. Máquinas pesadas de propriedades rurais, 10 caminhões da corporação e até aeronaves foram usados para extinguir as chamas, que duraram mais de três dias, conforme informado pelos bombeiros na manhã desta segunda-feira, 26.
O capitão do Batalhão Rural da Polícia Militar (PM), José Eduardo de Lima, informou que há relatos de que o investigado, de 50 anos, estaria ateando fogo em fazendas dos municípios goianos há pelo menos 15 dias. Ele foi preso em flagrante no sábado, 24, momentos depois de iniciar um incêndio em um pasto da zona rural de Bom Jesus de Goiás.
“Os incêndios se identificaram no final da semana passada e, então, decidimos intensificar o patrulhamento. As denúncias sempre apontavam para as características de um mesmo indivíduo: um rapaz em uma moto vermelha, que começa o fogo à beira da rodovia no período da tarde, o mais propício para incêndios”, explicou.
Lucas foi solto após audiência de custódia realizada no último domingo, 25. A juíza Leila Cristina permitiu a liberdade provisória desde que o suspeito não participe de atividades políticas, especialmente durante o período eleitoral.
R$ 300 pelo incêndio
O capitão da PM informou que a corporação chegou até o suspeito após serem acionados por um caminhoneiro, que flagrou o motociclista ateando fogo na vegetação. Durante a abordagem, foi encontrado um isqueiro com o investigado, que ainda estava com as mãos sujas de carvão.
Ele chegou a confessar a autoria do crime, de acordo com De Lima. Segundo o militar, o motociclista afirmou que recebia R$ 300 de um terceiro para provocar os incêndios criminosos. O caso é investigado pela Polícia Civil (PC).
“Ele passou as informações dessa terceira pessoa e a gente conseguiu identificá-lo. Há relatos de animais que foram queimados vivos em área de preservação. O prejuízo dos fazendeiros é uma coisa incalculável”, concluiu.
O homem foi autuado em conformidade com o artigo 250 do Código Penal Brasileiro, que prevê uma pena de reclusão de três a seis anos, além de multa, para quem “causar incêndio, expor a perigo a vida, a integridade física, ou ao patrimônio de outrem “. Depois de preso, ele foi encaminhado ao presídio de Aragarças.
“Solicitei vistoria para verificar a extensão do dano causado. O inquérito tramitará em Aragarças-GO. A motivação está sendo investigada. O acusado segue preso em Aragarças e passará pela audiência de custódia ainda hoje”, informou o delegado responsável pelo caso, Fábio Marques.
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