Em 2 dias, CTG envia 3,5 toneladas em doações da Capital às vítimas de enchentes
Com trabalho de formiguinha, voluntários já arrecadaram 3,5 toneladas para vítimas de enchentes que afetaram moradores do Rio Grande do Sul. As roupas, alimentos e itens de higiene recebidos estão sendo transportados pela Setlog (Sindicato das Empresas de Transporte). Desde segunda-feira (6), as ruas laterais do CTG (Centro de Tradições Gaúchas) Tropeiros da Querência, localizado na Rua Miguel Sutil, no Bairro Villas Boas, têm ficado congestionadas com as constantes doações de roupas e alimentos que chegam a todo momento. O patrão do CTG, Mario Cavinatto, de 66 anos, conta que a abertura das arrecadações foi iniciada no domingo, após cobranças dos participantes do almoço que era realizado no local. Mário relata que a presença de parentes e amigos que moram no Rio Grande de Sul também motivou o início da campanha. “Domingo já tínhamos alguma coisa, ontem pegou uma dimensão muito boa e hoje vocês estão vendo aí o resultado. Já mandamos dois caminhões, o primeiro foi ontem, com uma tonelada e meia. Estamos preparando mais duas toneladas para ser enviada hoje à noite”, contou. Mário relata que ao ver tanta gente se movendo para doar, separar e transportar as arrecadações se emociona. “Nós campo-grandenses, eu me sinto campo-grandense, mas vocês que são filhos daqui estão vendo que é tão bom que essas pessoas estão aqui ó, sem nada, mas estão dando um pouco lá para aquele povo lá”. Ainda é reforçado pelo patrão do centro de tradições que qualquer doação é bem recebida, mas o que o grupo tem priorizado são alimentos não perecíveis, água, ração para animais, calçados, roupas de frio, cobertores e itens de higiene pessoal. Voluntários - Com pessoas de todas idades, o CTG tem contado com a presença de mais de 80 voluntários que diariamente recebem as doações, realizam a triagem, a separação e o embalamento dos materiais arrecadados. Entre eles está a diarista Maria Ironita, de 56 anos, que aproveitou a sua folga para ajudar na triagem das roupas. “Tenho família em Porto Alegre, mas não foram atingidos. A gente fica com o sentimento de gratidão por ter saúde e poder estar aqui. O que nos traz aqui é a vontade de ajudar, amanhã eu devo vir novamente depois que sair do serviço”. O proprietário da lanchonete Gaucheria, que funciona como um dos pontos de arrecadação, Tales Amaro Maciel, de 31 anos, também está auxiliando o carregamento do caminhão que levará as doações e conta que possui familiares morando em Pelotas. “A previsão é que a enchente chegue ainda nesta noite ou madrugada, então eles já estão se prevenindo para quando a água chegar. O estado que as cidades estão é imensurável e acho que cada vez mais as pessoas têm notado isso.” Tales reforça que qualquer doação é importante nesse momento em que várias famílias perderam tudo o que possuíam. “Não precisa trazer uma cesta básica completa, pode ser um item que já ajuda. Precisamos também de muitas doações de agasalhos e cobertores, porque a noite fica fria e ainda há a previsão de inverno e essas pessoas que foram afetadas ficaram apenas com a roupa do corpo”. O locutor e voluntário Oldemar Ottobeli diz que além do atual cenário, as doações são pensadas para o cenário pós-enchente. “Não estamos pensando apenas no imediato, mas também no pós, porque eles ainda vão precisar de muita ajuda. Estar aqui é uma emoção muito grande. A gente se emociona porque a gente não gostaria de estar na pele deles, por isso ficamos felizes por ajudar de alguma forma”. Pontos de arrecadação - Para alcançar um número maior de doações, junto ao CTG, algumas empresas aderiram à campanha de arrecadação. Dentre os pontos de arrecadação, estão os CTGs Farroupilha e Tropeiros da Querência, as duas unidades da lanchonete Gaucheria e as lojas de suplementos Cravo e Canela. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .